Faltando duas semanas para as eleições, decidi escrever sobre o candidato que possui meu apoio. Deixo claro, mais uma vez, que meu blog é completamente voltado a mostrar minha visão pessoal do mundo, portanto, não estou fazendo nenhum tipo de propaganda para ninguém.
Fernando Gabeira, político nascido em Juiz de Fora, é considerado talvez o principal nome do Partido Verde. Escritor e jornalista, foi o deputado federal mais votado do Rio de Janeiro, em 2006. Hoje, é candidato a prefeito do município pela chamada Frente Carioca (contando com o apoio do PSDB e PPS).
É detentor de um grandioso e reconhecido passado na esquerda brasileira. Teve papel fundamental contra o regime militar, sendo que participou do seqüestro do embaixador estadunidense Charles Elbrick realizado pelo MR8, em 1969. Foi baleado, preso e exilado por 10 anos (chegou a viver no Chile, Suécia e Itália).
Com a Anistia, em 1979, lançou o livro “O que é isso, companheiro?”, um dos grandes representantes da luta contra o governo ditatorial que, até então, imperava no país. Foi autor também de vários outros, exaltando ideais ecológicos, libertários (principalmente no âmbito da sexualidade e das drogas, como ficou evidenciado posteriormente) e de defesa às minorias, até então inéditos no país.
Em 1986, candidatou-se a governador do estado. Após não obter sucesso com sua candidatura à presidência ainda no final da década, viveu na Alemanha por dois anos, até que, em 1994, tornou-se deputado federal pelo PV. Foi reeleito em 1998, 2002 (quando mudou de partido, porém, no ano seguinte, rompeu com o PT por discordar de suas práticas) e 2006.
Nos últimos anos, chamou ainda mais atenção por enfrentar o então presidente da Câmara, Severino Cavalcanti. Ameaçou-o com um movimento para derrubá-lo, chamando o dito cujo de “desastre para o Brasil”. Também teve participação decisiva na instalação da CPI dos Sanguessugas.
O Rio se encontra num momento que necessita, acima de tudo, de um grande foco na questão social. De acordo com o ex-deputado, é preciso gerenciar melhor o gasto público, com investimentos prioritários em saneamento e educação. Ele é um grande defensor do desenvolvimento sustentado.
A capital precisa apostar em setores dinâmicos como o turismo, o entretenimento e as indústrias de base tecnológica. Faz-se mister uma melhora na qualidade de vida, tecnológica e educacional, com a finalidade de gerar empregos e investimentos.
Sobre segurança, não é a favor de que a Guarda Municial utilize armas letais. Investirá, entretanto, na melhor equipagem e integração com a Polícia Militar. E mais uma vez, a educação, encarada como base para quase todas as soluções.
Além de promover estratégias no campo da saúde, como a implementação do SUS, afirma que a qualidade de vida depende também das condições de moradia e do ambiente, sendo que apostará na limpeza, saneamento e reorganização do transporte público. A Prefeitura participará também na expansão do metrô e melhoria dos trens, prevenção e despoluição de baías e lagoas da cidade, além do tratamento de esgotos na Zona Oeste.
Dará ênfase à desfavelização – urbanização e organização de tais locais. A intenção é de melhorar as habitações e tornar esses lugares melhores para viver. Uma das principais preocupações de sua campanha é a organização do espaço urbano.
Promete fazer tudo isso guiado pela transparência, ética e honestidade. Por sinal, o Sr. Eduardo Paes fez uma irônica referência ao ex-prefeito Saturnino Braga, dizendo que ele foi um político honesto e levou a cidade à falência. Bem interessante.
Paes e Gabeira se cumprimentando no debate do jornal.
Gabeira conseguiu um belíssimo salto de popularidade no primeiro turno. No segundo, a mais recente pesquisa do Datafolha afirma que ele passou seu concorrente em intenções de voto. Para efeito de comparação, Gabeira – vencedor em 30 de 97 das zonas eleitorais – foi o mais votado em locais como Zona Sul, Barra da Tijuca, Recreio dos Bandeirantes, Méier, Tijuca e Maracanã. Paes – vencedor de 64 – possui, por outro lado, possui um apoio grande da população, destacando-se principalmente, dentre outros, em Madureira, Campo Grande, Tanque, Realengo, Irajá e Vila da Penha. Talvez as zonas com maior número de votantes do Rio de Janeiro.
Inclusive, o candidato agora conta, além do PT, com o apoio da ex-candidata Jandira Feghali e seu partido, o PC do B. A mesma afirmou que “Gabeira não tem nada a ver com o povão”.
Não é segredo que ele não possui exatamente a melhor relação com o poder executivo, assim como é possível ver que vários vereadores discordam de sua posição em relação ao aterro sanitário na Zona Oeste. Todavia, uma de suas principais intenções é de se unir com prefeitos de outros municípios fluminenses, com o intuito de tentar achar soluções para “problemas comuns”. No debate da última semana para o globo, chegou a sugerir um intercâmbio com cidades de outros países, por acreditar que o Rio não deva se isolar.
Dando uma leve alterada, como o próprio disse no debate em questão, precisamos utilizar os neurônios. Votar corretamente é um direito de todos, por isso apóio Gabeira. Um cidadão que fez parte de uma esquerda histórica, mas que se adaptou aos tempos e questões atuais, trazendo hoje a melhor campanha dentre os candidatos que o Rio possui. Definitivamente, uma boa escolha.